Tateei sua essência entre escombros de ródio, estado de fusão
Rindo e fumando anotei mentalmente seus estados de oxidação +2, +3,
0 e -1
Previsibilidade laboratorial, recorte cirúrgico de ereção emocional
Pústula
Revestimento dissolvido por eletrodeposição
Sexo visceral.
Supliquei por um entrave elegante, conversor catalítico, implorei que
você me devorasse
“Me faz contar os tapas?”
Você bradou carbonilação, metanol desperdiçado em terra acética
Timidez patética, massa abaixo de Rh-103
Estado de decaimento entre as luzes quentes do meu quarto, captura
eletrônica
Eu não precisava
Lutar com você
Metaestabilidade Rhm-102 (0.141 MeV)
Banho de ródio em Rutênia incendiada.
Giovanna Mariotto é escritora, advogada criminalista e contrabaixista de São Paulo. Sua poesia opera na confluência entre o técnico e o simbólico-laboratorial, utilizando linguagem científica e metáforas cosmológicas a fim de conduzir o leitor à sublimação ontológica de sua experiência subjetiva. Está no instagram como @queimo.